quarta-feira, 2 de março de 2016

Morte Súbita – J.K. Rowling


Confesso que quando comecei a ler Morte Súbida, escrito pela nossa queridinha J.K. Rowling, autora dos sete livros da saga Harry Potter, a sensação de desapontamento foi inevitável. Resumindo, os primeiros capítulos são monótonos e retratam como a morte de um membro do conselho distrital de uma cidadezinha no interior da Inglaterra afetou a vida da comunidade, para o bem ou para o mal. A leitura se mostrava chata, mas por se tratar de uma autora tão brilhante como Rowling, segui em frente.

De repente comecei a me apegar a alguns dos personagens, meio que sem querer, já que ainda não tinha entendido muito bem o sentido daquela história. Afinal de contas, o que aquelas pessoinhas desprezíveis tinha a ver com a morte de Barry Fairbrother? E principalmente, como aquele senhor gorducho, de sorriso fácil, capaz de arrancar gargalhadas dos cidadãos mais antigos  e apáticos de Pagford conseguiu ser tão odiado por outros em vida?

A preocupação do sr. Fairbrother com Filds, uma comunidade carente pertencente ao território de Pagford, e o seu trabalho com as meninas da equipe de remo me comoveu bastante. Principalmente o seu trato com Krystal Weedon, uma menina de 16 anos que passou a vida inteira afastada da mãe, que era usuária de drogas, sem nenhum tipo de instrução ou incentivo, e que agora luta para manter o irmãozinho Robbie em casa, sadio e em um ambiente razoavelmente limpo.

Não sou de dar spoillers, mas te convido a se aventurar por este livro até as últimas páginas. Com certeza Rowling demonstrou que além de possuir talento para inspirar a imaginação de milhares de crianças e jovens, ela também é capaz de comover, da forma mais reflexiva, o coração duro dos adultos.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Inferno – Dan Brown



Já faz alguns meses que eu terminei de ler Inferno, mas só agora consegui colocar em palavras a minha opinião sobre o livro. Essa ideia perturbadora, e ao mesmo tempo tão racional deixada nos últimos capítulos da obra, me fez refletir bastante sobre vários aspectos da humanidade.

Há quem não goste, mas eu particularmente admiro muito o trabalho do Dan Brown. Sempre cuidadoso na descrição dos cenários, personagens e símbolos, Brown nos transporta para mais uma das aventuras do professor Robert Langdon, aquele mesmo do Código Da Vinci, Anjos e Demônios e O Símbolo Perdido. 

Vamos a história:

Após acordar em um hospital e não ter a menor ideia do que aconteceu com ele, Robert Langdon começa a ser perseguido por uma mulher misteriosa e um grupo armado que tenta interceptá-lo nas ruas da Itália. Uma verdadeira confusão na qual Langdon não lembra como se meteu. Com a ajuda da jovem médica Sienna Brooks, ele foge e começa a buscar respostas para as lacunas das últimas 36 horas que sumiram de sua sua memória.

A trama está relacionada ao Inferno de Dante Alighieri, da obra A Divina Comédia. Quem já leu o poema sabe que ele exerceu grande influência em poetas, músicos, pintores, cineastas e outros artistas por centenas de anos. Os cantos foram escritos no século XV, e divididos em três partes: Inferno, Purgatório e Paraíso. Se eu for explicar aqui as particularidades e a proeza da obra de Dante, vamos ficar o dia inteiro discutindo o livro, então recomendo que leiam a Comédia também. Não é tão didático ou fácil de compreender, como na explicação de Dan Brown, mas é importante conhecer e tentar interpretar cada terceto.

O Inferno de Dan Brown resgata alguns valores da Divina Comédia, mas continua seguindo a mesma linha dos outros livros dele, num ritmo frenético e cheio de suspense. Quem curte o estilo do autor não vai se decepcionar com o novo título!


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Will & Will: Um nome, um destino – John Green e David Levithan



Você já esbarrou com algum homônimo seu na rua, tipo, por acaso? Eu já, mas nada se compara as circunstâncias que uniram dois Wills Grayson do estado de Illinois, nos Estados Unidos. Mais uma tacada de mestre do John Green, em parceria com o David Levithan.

A dinâmica do livro funciona assim: cada capítulo é narrado por um Will, e cada Will é escrito por um dos autores. Green é o Will heterossexual, nada popular, mas dono de um senso de humor aguçado. Levithan escreve como o Will homossexual, deprimido e com problemas sérios de autoaceitação. Os dois enfrentam dificuldades típicas do universo adolescente, principalmente quando o assunto é popularidade, mas o Will Grayson de Green acaba se sobressaindo, principalmente por causa de um outro personagem, que destaco aqui como o principal: Tiny Cooper.

Único, irreverente, espetacular... faltam adjetivos para descrever Tiny Cooper. Sem ele esta obra não faria o menor sentido! Ok, exagerei, mas com certeza Tiny é a liga que junta todos os pontos soltos da trama. Ele é descrito como o cara mais gordinho, gigante e indiscutivelmente gay do colégio. É o melhor amigo do Will Grayson hetero, pratica futebol americano (por causa do porte físico), mas a sua grande paixão mesmo é o teatro, especialmente o gênero musical. Inclusive ele escreve um durante a obra, e fica a cargo da nossa imaginação visualizar cada verso, pirueta e caracterização.

"Amor adolescente, intriga, raiva, sofrimento e amizade". Já somos avisados na orelha da capa que as histórias desses meninos vão nos ensinar muito sobre a vida. Vale a pena conferir!

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Nobel de Literatura premia o francês Patrick Modiano

Da Agência Lusa


O Prêmio Nobel de Literatura foi concedido ao escritor francês Patrick Modiano, anunciou hoje (9) o júri. "Por meio da arte da memória, ele evocou os mais inapreensíveis destinos da humanidade”, afirmou o secretário permanente do Comitê do Nobel, Peter Englund, ao anunciar o nome de Patrick Modiano.

Suecos lotam livrarias de Estocolmo em busca de livros do francês Patrick Modiano, minutos depois de ele ter sido anunciado vencedor do Nobel de Literatura Henrik Montgomery/TTNews Agency/Lusa/Direitos Reservados

Modiano, de 69 anos, recebeu algumas das mais importantes premiações francesas como o Prêmio Goncourt, em 1978, o Grande Prêmio de Romance da Academia Francesa, em 1972, e o Grande Prêmio Nacional das Letras de França, em 1996.

Patrick Modiano, o décimo quinto autor francês agraciado com o Nobel da Literatura, é considerado um mestre da literatura francesa contemporânea. Ele é autor de mais de 30 títulos, muito marcados pela experiência da 2ª Guerra Mundial e pelas sequelas da ocupação nazista.

O prêmio será entregue em uma cerimônia em Estocolmo, em 10 de dezembro, dia do aniversário do industrial Alfred Nobel, que instituiu a premiação.

No ano passado, a vencedora foi a canadense Alice Munro.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Resultado do nosso desafio

No mês de agosto nós propomos um desafio, onde cada pessoa deveria ler quatro livros em 30 dias. Para saber se nós conseguimos ou não bater a meta, basta clicar no vídeo abaixo:


terça-feira, 23 de setembro de 2014

“O urubu-rei” e outras conto-preciosidades brasileiras em livro

Obra de Marco Haurélio reúne rico acervo com 22 contos regionais apurados em trabalho que durou cinco anos



O cordelista e pesquisador da cultura popular brasileira Marco Haurélio, na tentativa bem-sucedida de reunir contos populares recolhidos diretamente da memória coletiva do brasileiro, deu origem ao livro O urubu-rei e outros contos do Brasil, que chega agora pela Volta e Meia – selo infantil da editora Nova Alexandria.  São 22 histórias apuradas entre 2005 e 2010, em um trabalho minucioso, que procura manter não só a essência como a oralidade de tais narrativas.

A maior parte dos envolvidos no projeto é do interior da Bahia, onde a caatinga abraça o cerrado. As primeiras narrações se situam nos domínios da fábula, pois pertencem ao tempo em que os bichos falavam. Outras histórias têm base no conhecimento religioso, como emAdão e Eva, versão paralela ao relato bíblico do Gênesis. Neste, explica como surgiu o pomo de Adão, o gorgomilo, a origem da agricultura e do extrativismo vegetal.
           
Os contos de fadas também se fazem presentes, a exemplo de O cavalo encantado e de Maria Borralheira, uma versão muito bem “abrasileirada”, se assim podemos dizer, do clássico Cinderela, dos irmãos Grimm. O autor considera que, “dentre tantas pedras preciosas do nosso garimpo”, O Urubu-Rei, a versão baiana do Rei Lear é a mais valiosa delas.  
            
“O nosso conto, no entanto, ameniza o lado trágico da peça de Shakespeare, pois traz um príncipe enfeitiçado numa ave de rapina das regiões tropicais, o urubu-rei (Sarcoramphus papa), que vem a ser o salvador da heroína, expulsa e condenada à morte pelo pai por sua sinceridade no relato de um sonho”, diz ele.
           
Para dar um “empurrãozinho”, o Vocabulário tira a dúvida no caso de expressões como “de bucho”, que significa grávida; “tirar tirão”, que na verdade nada mais é que divertir-se à custa do outro. E sinônimos como “Cão”, referência ao Diabo; “Manga”, que ao invés da fruta, refere-se ao pasto, entre outros.
           
Se essa obra, que une tantas outras em um projeto único – em número e qualidade – é importante e essencial para o público infantil, deve também ser tratada como obrigatória para todos aqueles que desejam conhecer mais da cultura brasileira. São 87 páginas de uma leitura curiosa e instigante, que por muitas vezes te permite ouvir a voz e velocidade no discurso de cada narrador, já que Haurélio preocupou-se muito com essas características.

O autor, por ele mesmo:
           
Nasci numa localidade chamada Ponta da Serra, no sertão da Bahia, hoje pertencente ao município de Igaporã. Na época em que nasci era parte do município de Riacho de Santana. A casa de minha avó Luzia Josefina (1910-1983) era, como se dizia então, parede e meia com a de meu pai. Sempre que podia, ia à sua procura para ouvi-la narrar as histórias fabulosas que me transportavam para reinos distantes, habitados por heróis valorosos, princesas encantadas e gigantes orgulhosos. E também para a leitura noturna dos folhetos clássicos da literatura de cordel, como João Acaba-Mundo e a serpente negra, de Minelvino Francisco Silva, e Juvenal e o dragão, de Leandro Gomes de Barros. Desde os sete anos, passei a anotar essas histórias, ao mesmo tempo em que já escrevia meus primeiros folhetos de cordel.
           
Passou o tempo, cursei Letras Vernáculas na Universidade do Estado da Bahia em Caetité e, já no final do curso, inspirado pelos poderosos exemplos de Luís da Câmara Cascudo e Sílvio Romero, resolvi reunir em uma ou em várias publicações a rica tradição oral da região. Foi um trabalho árduo, mas reconfortante, pois, a cada história gravada ou anotada, estabelecia-se um vínculo de amizade com o narrador, e a certeza de que, aqui e ali, eu garimpava algumas pedras preciosas. O trabalho, iniciado em 2005 e jamais interrompido desde então, resultou em vários livros que incluem a contística e a poesia popular (cancioneiro). Algumas joias deste garimpo, que, mesmo lapidadas, não escondem as marcas da oralidade, compõem este livro. Outras foram recriadas em cordel e, misturadas às minhas memórias afetivas, ajudam a compor parte de minha trajetória como poeta cordelista e pesquisador da cultura popular brasileira.

Ficha Técnica:
Tamanho: 14X21cm
Páginas: 96  
ISBN: 9788565746335
Preço de capa: R$ 25,00


Fonte: Assessoria de Imprensa

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Biblioteca Digital Camões disponibiliza diversos livros de literatura

A Biblioteca Digital Camões oferece para download gratuito diversos livros de literatura.

Leitores podem encontrar títulos como “A Pavorosa Ilusão”, de Manual Maria Barbosa du Bocage, “As Pupilas do Senhor Reitor”, de Júlio Dinis, “Alto da Alma”, de Gil Vicente, entre muitos outros.

Confira a lista completa no site da biblioteca.


Fonte: Catraca Livre

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Com livros achados no lixo, morador do DF aprende a ler e se torna médico

Órfão aos 2 anos, ele cresceu no Chaparral e buscava comida pelas ruas.
Cícero conheceu obras de Bach, Beethoven e Kafka por meio dos descartes.


Cícero Pereira Batista mostra livros achados no lixo
e com os quais estudou para virar médico
(Foto: Raquel Morais/G1)
Órfão de pai aos 2 anos e tendo a mãe alcoólatra e um dos sete irmãos traficante, o médico de Brasília Cícero Pereira Batista, de 33 anos, conseguiu vencer as adversidades estudando a partir de livros que retirava do lixo. Ainda criança, ele saía do Chaparral, onde a família mora até hoje, e percorria 20 quilômetros todos os dias pelas ruas de Taguatinga em busca de comida.

Junto com as sobras de alimentos descartados no lixo, Batista recolhia todos os livros que encontrava e vinis de Beethoven e Bach, atualmente suas inspirações. Ele se formou há menos de três meses e agora sonha em abrir um consultório.

"Meu pai era quem fazia o sustento de casa, e morreu de uma úlcera que provocou hemorragia interna. Minha mãe ficou louca e bebia muito. Ela começou a lavar roupa para fora e a catar latinha no meio da rua, mas não era suficiente. A gente sempre passou fome, tudo o que ela fazia não dava jeito. E meu irmão levava traficante para a nossa casa. Aliados a nossa miséria, tínhamos o alcoolismo e as drogas dentro de casa. Eu saía para buscar comida – a gente não tinha mesmo, não tinha nem o que vestir – e tinha dias que não voltava. Eu não precisava, mas tinha dias que dormia na rua para não ter que aguentar as brigas", lembra.

Na procura por alimento, o garoto encontrou coisas que lhe despertavam uma atenção ainda maior. As páginas cheias de letras e figuras e os discos o deixavam fascinado, ainda que misturados ao chorume que havia no lixo. Cícero sempre reservava um pedaço da caixa que carregava para os "tesouros". Com a ajuda de vizinhos, ouvia os vinis e pôde aprender a sonoridade de cada letra.

"Fui juntando as sílabas e compreendendo as sentenças e palavras. Quando entrei na escola para fazer o primário, já sabia ler, escrever e fazer as operações fundamentais. Entrei tarde, acho que eu tinha 10 anos, eu que pedi para a minha irmã me matricular", diz. "Eu trazia a caixa na cabeça debaixo de chuva e sol. Muitas vezes, escorria secreções dos alimentos e das carnes em mim. Eu parava, descansava um pouco e então seguia para casa."

Entre as obras que encontrou descartadas estavam "O sermão de Santo Antônio aos peixes", do Padre Antônio Vieira, e "A metamorfose", de Franz Kafka, além de "Magnificat" e a cantata "BMV 10" de Bach. O menino também achou livros de biologia, filosofia, teologia, direito e história e passou a colecioná-los em casa. Tudo era lido por ele.

"Amo Bach e Mozart. Junto com os livros, eles me salvaram. Eles falavam mais alto que a fome e me transportavam para outros mundos", conta o médico. "Depois descobri Vivaldi e Strauss e comecei a amar música clássica. Às vezes eu pensava, vendo a vida dos compositores, que se Bethoven era surdo e fez o que fez, eu não poderia tentar? Eu, mesmo com fome, mesmo com adversidades, pobre, negro, não sendo homem bonito, conseguiria chegar lá. E é isso que a gente tem que pensar, que todo esforço é poder."

A inspiração o levou a fazer um teste para o curso profissionalizante de técnico de enfermagem, que valia como ensino médio. A ideia veio dos cuidados que ele tinha com a saúde da família e do gosto por dissecar cachorros mortos ou observá-los ampliados com a ajuda de uma lente achada em máquina de fotografia Polaroid, também tirada do lixo. O jovem foi aprovado em segundo lugar na seleção.

Após concluir os estudos, Cícero decidiu então prestar concurso e passou a trabalhar na Secretaria de Saúde. O pouco dinheiro já era um alívio diante das dificuldades vividas pela família, mas o rapaz queria mais. Três anos depois, fez vestibular para medicina em uma faculdade particular no interior de Minas Gerais, passou e, sem pensar duas vezes, decidiu enfrentar o novo desafio.

Como não podia abrir mão do emprego, o jovem se dividia entre os plantões aos fins de semana no
O médico Cícero Pereira Batista, de Brasília
(Foto: Cícero Pereira/Arquivo Pessoal)
Distrito Federal e as aulas na outra cidade. O salário seguia contado. "Acabei passando fome, cheguei a desmaiar em sala. Por vezes, precisei dormir na rodoviária para economizar", lembra.

Um ano e meio depois, o rapaz conseguiu 100% de desconto em uma instituição de Paracatu (MG) por causa do bom desempenho no Enem. A faculdade se recusou a aproveitar os três semestres feitos em Araguari, e Cícero precisou recomeçar os estudos. Seis meses depois, já em 2008, ele repetiu o resultado e conquistou uma bolsa integral em Brasília.

"Quando vim, eles aproveitaram algumas matérias, mas também não quiseram me progredir de período, portanto eu voltei à estaca zero de novo. Mas eu nunca desisti, continuei trabalhando e fazendo o meu curso. Eu saía do plantão noturno para a faculdade. Era muita dificuldade, tinha dias que eu chegava molhado e sujo porque tinha chovido, eu pegava dois ônibus, e no trabalho eu era obrigado a usar roupa branca", conta.

Sem os custos com passagens de viagens interestaduais e a mensalidade, Cícero pôde se dedicar melhor às paixões. Ele virou frequentador assíduo de sebos e passou a comprar mais livros e vinis. Assim, reforçou a paixão pelos autores e músicos que conheceu por meio do lixo e pôde estender as noções que já tinha na área. As primeiras compras para si foram livros da faculdade de medicina e CDs de música clássica.

"Nunca foi fácil, meu dinheiro nunca foi suficiente, mas eu não cedi. Eu me esforcei, eu não me rendi às adversidades financeiras, às adversidades das drogas. Eu dormi no meio da rua fugindo das drogas que tinha dentro de casa muitas vezes. Eu não era morador de rua, eu tinha onde ficar, mas eu dormia fora para evitar a situação. Nunca usei droga, nunca botei um cigarro de maconha ou qualquer cigarro na boca, nunca bebi", explica.

Formado em junho deste ano, Cícero atualmente trabalha como médico clínico e generalista em dois hospitais de Águas Lindas e Valparaíso, municípios no Entorno do DF. Ele afirma reconhecer em muitos pacientes um quadro semelhante ao que viveu. "São iguais a mim. São pessoas que muitas vezes chegam com fome, chegam doentes porque não tiveram o que comer"
Para ele, a experiência na infância acaba o ajudando a cumprir o que considera uma missão. "O médico muitas vezes tem essa autonomia de aliviar o sofrimento. Eu me formei em medicina para aliviar o sofrimento de pessoas que estavam como eu."

Futuro

Além de continuar prestando atendimento a quem vive em situação de vulnerabilidade social, o médico planeja a abertura de um consultório particular na capital do país e acumula os sonhos de fazer residência em psiquiatria e especialização em medicina aeroespacial fora do Brasil.

Izaltina Batista e o filho Cícero, na casa da família
(Foto: Cícero Pereira/Arquivo Pessoal)
"Gosto de entender os conflitos humanos, as fugas, os processos que levam a pessoa à dependência química, à realidade de alguns familiares meus, como o alcoolismo da minha mãe e o uso de drogas do meu irmão. Como estas pessoas se entregaram ao vício? Como tratá-las? Como curá-las? Eu também sempre gostei das coisas do espaço, das estrelas, pois de certa forma olhar e compreender o céu me aliviavam o sofrimento e a fome e me davam força para seguir em frente", declarou.

O profissional, que voltou a morar com a mãe no Chaparral, afirma ainda querer comprar um apartamento para poder morar sozinho, além de promover melhorias na casa da família. "Está em pedaços e mofada, e minha mãe por isso tem pneumonias de repetição. Se eu não conseguir reformar a casa da minha mãe, [quero] tentar comprar uma para ela."

"Minha mãe está velhinha e precisa de um mínimo de conforto e paz. Ela cuidou de muitos filhos, já está na hora de eu cuidar dela agora que eu me formei médico. Não quero que ela passe fome de novo, não quero que ela viva em uma casa com goteiras e mofo. Esses últimos ideais são meus sonhos de realização imediata e necessária", afirmou.

Fonte: Raquel Morais – G1 DF


terça-feira, 26 de agosto de 2014

O futuro de nós dois - Jay Asher e Carolyn Mackler


Em O futuro de nós dois temos uma história diferente e curiosa para os amantes da literatura young adults. A trama se passa em 1996, quando a internet ainda engatinhava e não havia o menor indício de redes sociais. Emma Nelson é uma adolescente comum, que enfrenta problemas com os pais separados e ganha do pai um computador de presente. Ela recebe do vizinho, Josh, um CD-ROOM com o programa da Aol para criação de conta de e-mail e quando Emma instala o software o inesperado acontece: uma página se abre na tela e mostra trechos de um futuro ainda desconhecido: O facebook.

Essa ligação entre o passado e o futuro que se pinta nas redes sociais causam um impacto atenuante. Imagine se as informações que fornecemos nas nossas timelines hoje pudessem ter sido acessadas por nós no passado? De que forma isso poderia ter interferido nas nossas decisões? Com certeza alteraram as de Josh e Emma. Em uma semana, algumas postagens foram modificadas e vários futuros foram construídos pelos nossos protagonistas.

O livro todo é narrado em primeira pessoa, mas de forma alternada entre os dois personagens principais. O mais legal é que o Jay Asher escreve como Josh e a Carolyn Makler é a voz da Emma, tornando a diferença nas personalidades dos dois jovens mais notória. Uma ideia bacana que deixou a obra mais rica.

A principal discussão é válida e acho importante para ser debatida entre os jovens. É uma leitura gostosa e rápida de levar. Ótima dica para quem vai viajar e quer algo leve para ler no percurso.


terça-feira, 12 de agosto de 2014

Autora potiguar lança obra infantil na Livraria Nobel dia 30




Ela é da geração Harry Potter, que aprendeu a gostar de ler através da saga do bruxinho mais famoso do mundo, sucesso da escritora britânica J.K Rowling. Mas o gosto adquirido na adolescência pela leitura desencadeou uma nova paixão em sua vida. Carol Vasconcelos se transformou numa escritora muito criativa e prepara o lançamento do seu segundo livro, “A Filha de Gaia”, pela editora Ideia. O evento será dia 30 de agosto, na livraria Nobel, às 19h.

Da imaginação fértil de Carol Vasconcelos, saem histórias fantasiosas que fazem analogia com a triste realidade da devastação ambiental causada pelo ser humano. No primeiro livro, “Contos do Mundo Mágico”, e no mais recente, “A Filha de Gaia”, feiticeiras, elfos, duendes, fadas e outros seres vivem em mundos tão reais, em sua descrição, que os leitores com certeza também vão se apaixonar por esse mundo de fantasia e magia.

Ela destaca que sua mãe, escritora Carmen Vasconcelos, sempre foi sua grande incentivadora, que insistia para ela se interessar pela leitura e nada a prendia diante de um livro, até ser apresentada ao primeiro volume da série Harry Potter. “Ela realmente foi salutar nesse processo, porque eu realmente não gostava de ler”, declara a moça sonhadora, que se formou em psicologia e concilia as duas profissões. 

Serviço:

Lançamento do livro “A Filha de Gaia” – por Carol Vasconcelos
Dia 30 de agosto de 2014, 19h 
Livraria Nobel – Tel.: (84) 3613-2007
Av. Sen. Salgado Filho, 1782. Tirol. Natal-RN
(Em frente ao hospital Walfredo Gurge) 

Fonte: Moisés de Lima - Tribuna do Norte